terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Sobre Saudade...


Por várias vezes já me perguntei o que me leva a sentir saudade. E não me refiro apenas à saudade de alguém especial. Falo da saudade da infância...do cheiro de chuva ...dos amigos do colégio....das provas de matemática ...do sabor das frutas colhidas no pé... da época do pré-vestibular. Momentos importantes sem dúvida, mas por que a saudade? Se foram momentos tão bons, por que sentir saudade ao invés de se deixar invadir pela plenitude de tudo aquilo que foi vivido...pela felicidade que cada segundo vivido trouxe?
Ainda não encontrei a resposta. Mas tenho uma suspeita.
Talvez a saudade, nestes casos, nada mais seja do que o desejo quase incontrolável de perpetuar o momento....de ter - nem que seja por uma via substitutiva e pouco eficiente – novamente aquele segundo de felicidade na palma das mãos.
Tantas vezes já tentei reter estes momentos desta forma!! tantas vezes já busquei fechar minhas mãos, observando por entre as fendas dos dedos ( e da memória ) minha preciosidade...fazendo de tudo para que ela não me escapasse...não se afastasse de mim. Tudo inútil..
A caminhada não foi fácil, mas acho que finalmente aprendi o verdadeiro sentido da expressão ser feliz. Ser feliz não é conseguir reter entre os dedos o bem-estar vivenciado ( até mesmo porque este bem estar só sobrevive, quer seja em nossa realidade ou na lembrança, em liberdade ); ser feliz não é tentar perpetuar a qualquer preço a completude proporcionada por alguém quando este mesmo alguém já não se sente completo ao nosso lado. Ser feliz é, simplesmente, viver cada segundo em sua plenitude e saber que a felicidade nele contida ficará para sempre marcada em nossa história , independentemente do início...do meio....do fim da história.(08/12/2009)

“O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis” Fernando Pessoa

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