sábado, 2 de junho de 2012

Eu Sem Você....



Inacreditável a infinidade de interpretações que estas três palavrinhas juntas podem adquirir...as incontáveis maneiras de se completar a frase dependendo do estado de espírito ..do momento atual vivenciado por cada um.
Eu sem você. Existe um "eu" ... uma ausência... e você. Que "Eu" é este?
Um "eu" auto suficiente, que sem você, consegue sobreviver perfeitamente. Emotivo, racional, impulsivo, capaz, determinado, otimista. Capaz de fazer amizades verdadeiras e de mantê-las por perto; sempre com um sorriso nos lábios - mesmo quando o mundo parece estar de cabeça para baixo. Um "eu" que não deseja nada além daquilo que possa conquistar sozinho, a partir de de seus próprios esforços. Eu, sem você, sou tudo.
Um "eu" frágil, incapaz de adormecer em paz sem o aconchego do teu abraço. Incompleto.. marcado por um vazio que aponta a todo momento a ausência de uma parte vital que se perdeu no tempo...na distância..na memória. Personagem principal de dias intensos, totalmente desprovidos de cor e significado.Carente do nosso mundo. Adicto do teu sorriso...inerte a qualquer realidade que não inclua você. Imaturo, sem rumo. Eu, sem você, sou nada.
Razão desejando com todas as suas forças que o primeiro "eu" prevaleça....que a autonomia ressurja das cinzas....que a vida siga em frente. Coração insistindo em querer teu beijo...tua presença...teu cheiro ao meu redor.
Não há vencedores. Nunca haverá. Eu? Permanecerei aqui. Nos teus braços...envolvida pela tua ausência. Entre o ficar e o seguir....entre o futuro e passado..entre o "sim" e o" nunca "....entre a impossibilidade e a perfeição do que poderia ter sido.

sábado, 9 de janeiro de 2010


"Fácil é abraçar, apertar as mãos, beijar de olhos fechados.Difícil é sentir a energia que é transmitida. Aquela que toma conta do corpo como uma corrente elétrica quando tocamos a pessoa certa"

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Verdade do dia...


Pαlαvrαs iludem ; αtitudes provαm (!)

quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Nasce 2010


Confesso que hoje termino o ano um pouco mais triste do que terminei os anos anteriores.
A passagem de ano é sempre mais penosa quando temos a coragem de olhar para dentro.. para o que se passa na cabeça, no coração...e comparar os 365 dias que se passaram com todas as promessas feitas nesta mesma data, no ano anterior.
O que fiz de verdade para alcançar meus sonhos? Como foi minha caminhada?
Percebi que certamente me tornei uma pessoa melhor em vários sentidos, o que me deixou feliz Fiz várias pessoas sorrirem, mas também vi lágrimas nos olhos de outras que amo muito, por pura imprudência...falta de tato...imaturidade minha.
Em todas estas situações, aprendi. Aos poucos deixo de ser ( ano após ano ) a menina que tem medo do mundo ...que tem medo de se arriscar por puro medo de sofrer....a que tem que cumprir um “script socialmente impecável” para ser aceita. Hoje busco ser apenas eu mesma e, dia após dia, descubro o quanto esta tarefa é complicada.
É como se só existissem limites a cada nova curva do caminho. E por mais consciente que eu esteja de que estes limites nada mais são do que etapas normais – e necessárias - para alcançar o amadurecimento, ainda me enfraqueço e choro, impotente, diante de cada um deles.
Só que cada queda...cada lágrima, passou a não ser mais o fim ( como já foi por vários momentos ) mas sim o início. Início de uma nova etapa....de novos planos ...de novas perspectivas, de outros sonhos. Se hoje sou fortaleza ( ainda que inacabada ), tudo devo a cada uma destas situações.
Termino enfim 2009. Um pouco mais triste pelas perdas ( inevitáveis em qualquer etapa da vida )...um pouco mais triste por não ter dito a palavra que mudaria tudo...por não ter dado o passo que deveria ter sido dado quando tive a chance...por não ter me permitido....por não ter dado meu ombro, meu apoio a quem precisou de mim quando era necessário. Mas sei que também recebo 2010 um pouco mais forte...um pouco mais segura...um pouco mais mulher.... mais dona de mim, da minha vida, dos meus sonhos.
Terei diante de mim daqui a poucas horas um livro branquinho, com 365 páginas para serem criadas. Quer chance maior de fazer diferente do que essa? :)

sábado, 12 de dezembro de 2009


"Encerre ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida. Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é. Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu próprio, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és.. E lembra-te: Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão.” (Fernando Pessoa)

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

A Espera...


Em vários momentos de minha vida fui obrigada a esperar. Esperei por momentos a serem vividos..esperei por atitudes de alguém...por um telefonema...para ouvir palavras que, quando pronunciadas, transformaram um segundo que poderia ser como qualquer outro em um marco fundamental da minha vida.
Em cada uma dessas situações, experimentei um único sentimento: ansiedade. E quando o que era tão loucamente esperado acontecia, a angústia se transformava em êxtase. A batida do coração podia ser sentida na garganta...as pernas de repente já não eram capazes de sustentar o peso do corpo...o mundo se transformava em cores até então inimagináveis. Tudo passava a ter um outro significado.
Toda a espera...toda a angústia então, valeu à pena, certo? Nem sempre...
Às vezes o que obtém é tão mágico que vicia. Passamos a não conseguir mais viver longe de toda aquela sensação de plenitude que nos invade quando o telefone toca..quando a ansiedade finalmente se desfaz no ar e descobrimos ter em nossa vida...em nossas mãos...exatamente aquilo que tanto desejamos. Contamos cada segundo para isso...e agora que conquistamos, não sabemos mais como nos desligar....como viver longe...como não querer mais e mais.
E quando chega a este ponto...quando nos damos conta de que o mundo não teria mais o mesmo significado caso a vida não nos permitisse mais manter em nosso caminho o que lutamos tanto para conseguir, o que era segurança e plenitude se transforma em caos. Passamos a não saber mais onde terminamos e onde começa o outro. A anulação passa a ser atitude recorrente. Fazemos de tudo para não deixar escapar o que temos, mas a insegurança e o desconforto de não saber ( como agir...o que falar...) tornam esta tarefa quase impossível.
O que digo agora se aplica não só aos relacionamentos. É perfeitamente perceptível quando se trata de qualquer desejo ou objetivo para o qual direcionamos nossas energias..planos e sonhos. Estamos diante, portanto, de um impasse: devemos deixar de buscar nossos sonhos com tanta ênfase ( “aceitando” a realidade sem cor e nos abstendo, ao mesmo tempo, de viver toda a sensação mágica da realização ) ou entrar de cabeça e arcar com as consequências de nossos atos e desejos (correndo, dessa maneira, o risco de nos perder frente ao êxtase) ?
Não sei a resposta. O que posso dizer é que, sempre que me deixei levar e me perdi (de forma quase alucinada) naqueles momentos de realização, agi como achei que deveria. Fui movida pela angústia ( o que sempre é melhor do que a inércia )..mas também sofri muito. Sofri não pela espera. Sofri não pela angústia que a espera gerou. Sofri por constatar que, mesmo naqueles momentos em que me senti tão plena...a realidade se impôs ..mostrando implacável que limites podem – e devem- ser testados e transpostos, mas sempre haverá um preço a se pagar por isso. Se o preço é alto demais? Cabe a cada um de nós descobrir.( 11/12/09 )

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Sobre Saudade...


Por várias vezes já me perguntei o que me leva a sentir saudade. E não me refiro apenas à saudade de alguém especial. Falo da saudade da infância...do cheiro de chuva ...dos amigos do colégio....das provas de matemática ...do sabor das frutas colhidas no pé... da época do pré-vestibular. Momentos importantes sem dúvida, mas por que a saudade? Se foram momentos tão bons, por que sentir saudade ao invés de se deixar invadir pela plenitude de tudo aquilo que foi vivido...pela felicidade que cada segundo vivido trouxe?
Ainda não encontrei a resposta. Mas tenho uma suspeita.
Talvez a saudade, nestes casos, nada mais seja do que o desejo quase incontrolável de perpetuar o momento....de ter - nem que seja por uma via substitutiva e pouco eficiente – novamente aquele segundo de felicidade na palma das mãos.
Tantas vezes já tentei reter estes momentos desta forma!! tantas vezes já busquei fechar minhas mãos, observando por entre as fendas dos dedos ( e da memória ) minha preciosidade...fazendo de tudo para que ela não me escapasse...não se afastasse de mim. Tudo inútil..
A caminhada não foi fácil, mas acho que finalmente aprendi o verdadeiro sentido da expressão ser feliz. Ser feliz não é conseguir reter entre os dedos o bem-estar vivenciado ( até mesmo porque este bem estar só sobrevive, quer seja em nossa realidade ou na lembrança, em liberdade ); ser feliz não é tentar perpetuar a qualquer preço a completude proporcionada por alguém quando este mesmo alguém já não se sente completo ao nosso lado. Ser feliz é, simplesmente, viver cada segundo em sua plenitude e saber que a felicidade nele contida ficará para sempre marcada em nossa história , independentemente do início...do meio....do fim da história.(08/12/2009)

“O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis” Fernando Pessoa